Para começar
Sobre os planos de Educação Financeira
A Educação Financeira integra a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) como um dos temas transversais que deve ser explorado e trabalhado concomitante aos demais componentes curriculares. De acordo com a Base, a Educação Financeira não deve se restringir ao ensino cru de Matemática. “Essa unidade temática favorece um estudo interdisciplinar envolvendo as dimensões culturais, sociais, políticas e psicológicas, além da econômica, sobre as questões do consumo, trabalho e dinheiro”. Pretende-se, com os planos de Educação Financeira, fazer os estudantes refletirem sobre ações individuais e coletivas que podem impactar sua vida e a da sociedade.
As orientações deste plano não devem ser apresentadas aos estudantes, pois elas detalham as ações e trazem mais subsídios para que você, professor, se organize melhor para a realização da aula.
Os planos de Educação Financeira têm o objetivo de promover um trabalho inter e transdisciplinar, já que as habilidades destacadas para cada componente curricular se correlacionam com o tema transversal.
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, 2018a.
Ação prévia
Sugere-se que, antes desta aula, a turma já tenha trabalhado o assunto de como era a vida sem dinheiro e como eram as práticas utilizadas antes da criação do dinheiro. Como sugestão, consulte o plano de aula de Educação Financeira “A vida sem o dinheiro”.
Caso ainda não tenha sido contemplado em seu plano de trabalho, faça uma breve explicação sobre as práticas de escambo para introduzir a necessidade da criação do dinheiro usado atualmente. Você pode utilizar alguns dos materiais sugeridos no item Para se aprofundar para embasar seu trabalho.
Para se aprofundar
Orientações iniciais para o professor
Tempo sugerido:
50 minutos de aula.
Para o desenvolvimento deste plano de aula, indicamos o uso dos seguintes materiais
- Imagens de cédulas e moedas de diferentes países (podem ser impressas ou projetadas).
- Computador (se houver).
- Projetor (se houver).
- Imagens para discussão.
- Impressão das fichas de atividades.
Aqui trazemos algumas sugestões de materiais. De acordo com a sua realidade, utilize materiais similares, alternativos ou adaptados para a prática.
Contexto
Tempo sugerido: 10 minutos.
Orientações
Organize a turma em grupos de quatro a cinco estudantes e diga-lhes que irão analisar algumas imagens de cédulas e moedas utilizadas em diferentes lugares do mundo. Apresente-lhes as imagens projetadas para que todos as observem ou imprima uma cópia por grupo.
Cédula e moeda - Cruzeiro:
Cédula e moeda - Real:
Cédula e moeda - Dólar:
Cédula e moeda - Euro:
O que propor?
Apresente as imagens e disponibilize alguns minutos para observação, oriente-os a analisarem os detalhes de cada imagem (valores, escritas, fotos etc.). Proponha uma roda de conversa para que os grupos falem o que conseguiram descobrir com as leituras das imagens.
Faça perguntas para mediar a discussão, como:
- Vocês conseguiram identificar de quais países são essas cédulas e moedas?
- Será que todas têm o mesmo valor?
- De quais materiais vocês acham que as moedas são feitas?
- Quais cédulas ou moedas vocês conhecem? Quais são brasileiras?
Auxilie-os a notarem as semelhanças e diferenças nas imagens. Ajude-os a identificarem as escritas em português e outras características das cédulas e moedas para que percebam que se trata do nosso sistema monetário. A proposta não é focar em cédulas e moedas de outros países e sim que, entre elas, existem imagens do sistema monetário brasileiro atual e o utilizado no passado.
- A moeda atualmente utilizada no Brasil é o Real. Mas será que sempre foi essa a moeda utilizada?
É provável que, a partir dessa pergunta, os estudantes se questionem sobre o motivo pelo qual é necessário trocar de moeda. O objetivo deste plano não é um aprofundamento desse assunto, mas você pode informar que as antigas moedas foram se desvalorizando no decorrer do tempo, logo, caso se optasse por manter a mesma moeda, hoje poderiam ser necessários milhões de cruzeiros para comprar uma garrafa de água, por exemplo.
Sugestões de adequação
Se possuir cédulas e/ou moedas verdadeiras de diferentes épocas ou até mesmo de outros países, traga para que as crianças possam manusear e observar. A proposta é aguçar a curiosidade para descobrirem as diversas mudanças ocorridas com o passar do tempo.
Problematização
Tempo sugerido: 20 minutos.
Orientações
Espera-se que os estudantes tenham percebido que nem sempre o Real foi a moeda brasileira utilizada. Proponha a construção de uma linha do tempo para que a turma possa conhecer as histórias das moedas brasileiras, desde que a moeda usada por Portugal, no início da colonização, passou a circular no Brasil. Faça em um papel kraft uma grande linha com 9 divisões colocando o título “LINHA DO TEMPO DAS MOEDAS BRASILEIRAS”. Converse com a turma que cada grupo receberá fichas com informações de diferentes períodos da história. Os integrantes do grupo deverão trabalhar em equipe para organizarem a linha do tempo conforme as informações recebidas.
O que propor?
Para criação da linha do tempo, entregue para cada grupo as fichas de informações. Disponibilize um tempo para conversarem sobre as descobertas realizadas. Caminhe pelos grupos, fazendo as intervenções necessárias. Como ainda pode ter crianças não alfabéticas, auxilie na leitura das fichas. Faça perguntas para ajudar nessa análise:
- Tem alguma informação que contribui para descobrir a qual período se refere?
Espera-se que os estudantes notem que a data registrada nas cédulas, por exemplo, pode ajudar a descobrir a qual período aquele dinheiro se refere.
- É possível, por meio da imagem da cédula, descobrir o nome da moeda usada?
Espera-se que os estudantes façam uma leitura de imagem nas cédulas e moedas apresentadas para descobrir o nome da moeda.
Em seguida, inicie a montagem coletiva da linha do tempo no papel kraft, fazendo uma mediação sobre as informações levantadas. Questione como os grupos organizaram a linha do tempo, valide se todos usaram a mesma ordem e conversem sobre o motivo dessas escolhas e o que descobriram desse período. Caso tenham divergências, ajude-os para que cheguem a um consenso.
LINHA DO TEMPO DAS MOEDAS BRASILEIRAS
Réis (século XVI até 1942)
Cruzeiro (1942-1967)
Cruzeiro Novo (1967-1970)
Cruzeiro (1970-1986)
Cruzado (1986-1989)
Cruzado Novo (1989-1990)
Cruzeiro (1990-1993)
Cruzeiro Real (1993-1994)
Real (1994-hoje)
Sugestões de adequação
Se achar pertinente, você pode montar a linha do tempo coletivamente, formando uma grande roda, disponibilizando as fichas de informações no centro da roda, mediando a leitura e as descobertas para ordenação das diferentes moedas. Também é possível a construção da linha do tempo com o uso de ferramentas digitais.
Sistematização
Tempo sugerido: 10 minutos.
Orientações
Exponha o cartaz da linha do tempo formado pelos estudantes em um lugar visível na sala. Peça-lhes para falar o que aprenderam com a aula.
O que propor?
Faça uma roda de conversa, relacionando os valores das cédulas e moedas do sistema monetário brasileiro, questione-os qual é a atual moeda utilizada e se podemos comprar algo caso tenhamos outra cédula de outro período, por exemplo.
Traga diferentes situações em que os estudantes possam relacionar fontes de memórias no âmbito familiar, como, por exemplo, apontando os anos em que havia outras moedas diferentes do Real. Faça as contas da quantidade de anos que se passaram: Será que alguém da sua família viveu essa época? Quantos anos tem sua mãe? Quando ela nasceu, qual moeda estava em vigor no Brasil?
Se eles tiverem curiosidade, podem propor, para outras aulas, entrevistas com pessoas mais velhas para saberem como era a relação do dinheiro nessa época.
Sugestões de adequação
Você pode propor à turma para convidar outros colegas para explicarem sobre as mudanças ocorridas com as moedas brasileiras com o passar do tempo.
O que aprendemos?
Tempo sugerido: 10 minutos.
Orientações
Oriente-os a, individualmente, produzirem um desenho representando o que aprenderam com a aula. Diga-lhes que esse é um momento importante para observarem as aprendizagens desenvolvidas, refletindo sobre o que construíram, as dificuldades e os avanços alcançados.
O que propor?
Peça aos estudantes para, em uma folha à parte, representar por meio de desenho o que compreenderam da aula. Se for pertinente, auxilie-os a resgatarem as etapas discutidas, o que sabiam e o que descobriram sobre nosso sistema monetário brasileiro e quais mudanças ocorreram com o passar do tempo em relação à moeda brasileira.
Sugestões de adequação
Se achar pertinente, os estudantes já alfabetizados podem também explicar seu desenho com uma frase, considerando e sistematizando as aprendizagens da aula.